Os sobreviventes me intrigavam a princípio. Eles eram sérios e bem-humorados, árduos trabalhadores e preguiçosos, autoconfiantes e auto-críticos. Eles não são nem de um jeito, nem de outro, eles são de ambos os jeitos.
Essa era uma forte barreira mental para ser superada. A maioria das avaliações de personalidade vêem a pessoa ou de um jeito ou de outro, nunca ambos.
Quando eu pergunto a sobreviventes se há alguma qualidade ou característica que contribui mais para ser um sobrevivente, eles normalmente respondem sem hesitação. Eles dizem tanto "flexibilidade" quanto "adaptabilidade".
Nós descobrimos uma resposta nos escritos de T. C. Schneirla, um cientista famoso por seus estudos do comportamento animal. Depois de anos de pesquisa, ele concluiu que para qualquer criatura sobreviver, ela deve ser capaz de se mover em direção à comida e à segurança ou para longe do perigo. Schneirla descreveu a habilidade de se aproximar, tanto quanto se afastar como "um padrão bifásico de ajuste".
Os padrões bifásicos de movimento são possíveis a nós por causa dos sistemas musculares opostos em nossos corpos. Nós temos o controle sobre nossas ações físicas por causa do trabalho muscular oposto entre o flexor e o extensor. Nossa habilidade de mover nossas mãos e colocá-las exatamente onde queremos, vem de termos os músculos em oposição controlada um em relação ao outro.
Esse controle equilibrado de oposição é como ter a marcha à ré no carro. Sem isso, o carro fica parado em lugares onde seguir em frente não é possível.
Assim como podemos mover nossos corpos de várias maneiras diferentes por causa dos nossos sistemas musculares opostos, nós podemos ter emoções contraditórias derivadas dos sistemas nervosos do simpático e parassimpático que trabalham em oposição controlada.
O sistema nervoso parassimpático nos permite responder com relaxamento, tranqüilidade, enquanto o sistema nervoso do simpático nos permite ter uma reação de "briga ou fuga" em outras situações.
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