E AGORA?Erika Figueira
A empresa trocou de donos? Seu chefe
mudou?
Tenho duas notícias para você. A ruim
é a que você está temporariamente no campo das incertezas e a boa é que você
acaba de ganhar um novo emprego!
Lembra-se de quando você começou sua vida profissional? De seu empenho em
buscar as informações necessárias para seu crescimento e “mostrar serviço”?
Então... Você sabe fazer o que é preciso neste momento de transição.
Antes de qualquer coisa, no entanto, é importante entender uma premissa básica
da vida: existem coisas que você pode controlar e outras não. Mas, daquilo que
está sob seu controle, o que você pode fazer?
Vamos pensar:
Quando você viaja, espera encontrar a
mesma cultura em todos os lugares? A cultura da empresa vai mudar. Aliás, ela
já vinha mudando (tanto que mudou a gestão). Mudanças implicam em novas
estratégias, ampliam nossa percepção das coisas e promovem crescimento. Que tal
encarar a sua parte na construção de uma cultura na qual você sinta orgulho de
pertencer?
Dê um tempo para o novo
relacionamento. A gestão anterior não era pior ou melhor que a atual.
Simplesmente porque o certo e errado não cabem aqui neste momento. O que há é
um estilo de liderança familiar, aquele que você já conhece, e um estilo de
liderança a conhecer. Ninguém pode escolher os pais, não é? Mas pode escolher o
cônjuge. Se após o “namoro” com a nova gestão você chegar à conclusão de que
não vale a pena o novo relacionamento, tome sua decisão. Mas este tempo de
convivência é necessário.
O que acontece ao namoro se os
namorados começarem a comparar o outro com seu ex? É humano comparar, mas
insensato. Compare você, não os novos gestores. Além de injusto e ineficiente
para o seu desenvolvimento, isto dificultaria sua adaptação à nova situação.
Compare você com você apenas. Está melhor profissional hoje do que há seis
meses? Seu currículo sofreu alguma alteração no último ano?
Cuidado com fofocas. Passe à frente
somente aquilo que julgue agregar valor. Não dê ouvidos às vozes que resistem à
mudança. Se a mudança não for boa para você, pode ser boa para o outro. E como
você pode saber se ela é boa ou ruim se você não passar por ela? A disposição
em entendê-la facilita sua análise da situação. Que tal dar-se a chance de
testar novas habilidades?
Tolere a frustração. Ela não vem com
a nova gestão. Ela faz parte da vida. Ser tolerante à frustração não é coisa de
meninos, mas de quem amadureceu. Que idade emocional você tem? Que tal encarar
a frustração como um desafio motivador para a auto-superação?
Pare de imaginar. Conheça os novos
gestores e suas propostas. Atenha-se aos fatos e evidências. É hora de buscar
informações e não de alimentar fantasias. Não confunda as coisas. A realidade
pode suportar seus desejos?
Busque entender o que a nova gestão
espera. É compatível com seus valores? Que tal oferecer-lhe, então, o seu
melhor?
Espere o melhor da nova gestão. Use o
poder das expectativas – o “Poder de Pigmalião”. Declare suas
grandes expectativas em relação à nova gestão e ela, provavelmente, dará um
passo na direção que você apontou. Do mesmo modo, se ela perceber que sua
expectativa é pequena em relação a ela, pode acreditar: ela não vai
desapontá-lo.
Foque-se nos propósitos e não nos
comportamentos. Todos, sem exceção, estão em fase de adaptação e levará um
tempo para que os ajustes e os alinhamentos se dêem. Se você não tem paciência
para esperar, por que quer que tenham com você?
Livre-se das amarras. A hora é de
fazer o reconhecimento das fronteiras (as próprias e dos outros). O mapa
continua o mesmo, mas o território mudou. Pode entender isso? Então você tem
chances nele.
Olhe para o horizonte e não se prenda
às pedras no caminho. Não reconhece os passos dados pela nova gestão? Mas, você
tem certeza de que o caminho é o mesmo da gestão anterior? Você não vê o
horizonte? Considere que pode ser apenas uma neblina... O que fazer nessa circunstância?
O mesmo que você faz quando está dirigindo seu carro e depara-se com a falta de
visibilidade. Vai devagar, atento à sua frente e aos lados, coloca luzes
próprias de neblina ou, se não as tem, evita colocar luz demais, etc.
Contribua com o seu conhecimento e
experiência. A contribuição é a moeda do bom relacionamento e seu valor pode
ser medido pelo sentimento de pertença que produz.
Seja grato. O território mudou e você
não foi expulso! Mostre sua capacidade de entender e aceitar o novo e permita a
sua permanência. E faça-a valer! Não deixe que se arrependam de ter deixado
você ficar.
Aproveite a oportunidade e
recicle-se. Crie novas possibilidades e estabeleça os limites necessários
(muitas vezes esquecidos ou distorcidos pela rotina). Os limites desnecessários
precisarão ser identificados também. Aceite os limites que você tem e que não
pode mudar e mude os demais. É hora de superação e crescimento, lembra-se?
Questione-se: o que eu ganho com esta
mudança? O que perco? O que ganho com o que perco? E o que perco com o que
ganho? Avalie profundamente a situação e tire o melhor proveito dela. Saber
maximizar seus pontos fortes e minimizar suas fraquezas é saber administrar a
própria vida. Afinal, quem você está deixando realmente no controle da sua
vida?
Comemore! Cada dia - em que você
descobre seu potencial de crescimento, adaptação e contribuição - deve ser
comemorado. Isso não é para os covardes...
Fez tudo e não deu certo? Bem... Já
dizia Albert Einstein: “Uma mente que se expande não voltará ao seu tamanho
original jamais!”. A quem pertence mesmo o que você conquistou de crescimento
neste período?
É... Parece que a empresa está prestes a perder um bom profissional...
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